Novembro Azul quer levar os homens ao consultório médico
- Guilherme Carvalho
- 26 de out. de 2015
- 2 min de leitura

Campanha esbarra no preconceito. Não há filas de espera para o agendamento de consultas com médicos urologistas ou proctologistas na rede pública de saúde de Cubatão. Isso porque simplesmente os homens fogem dos consultórios médicos, burlando os exames necessários para garantir uma vida saudável, principalmente após os 45 anos. A constatação é do secretário de Saúde, Benjamin Lopez Rodriguez, que espera quebrar parte deste preconceito durante a campanha Novembro Azul. "Hoje temos uma rede de Saúde subutilizada pelos homens", disse Rodriguez, acrescentando que basta percorrer as unidades básicas para notar a ausência. "Os homens precisam deixar de lado o machismo de achar que somos o sexo forte e não adoecemos. Na verdade, morremos mais cedo que as mulheres. Por isso, o Novembro Azul: temos de levar os homens com mais de 45 anos aos consultórios". Após esse primeiro passo, Benjamin Rodriguez diz que é preciso discutir a questão do câncer de próstata. "Temos de quebrar o preconceito do exame preventivo. O toque retal assusta, mas precisa ser realizado", comentou, frisando que a preocupação do homem com sua saúde não deve ficar restrita à próstata. "A partir dos 60 anos, há outras doenças que também dizimam os homens, como diabetes e pressão alta. Os homens têm de se apoderar dos serviços de saúde". Durante a campanha Novembro Azul, a Secretaria de Saúde promoverá uma série de atividades. Nos próximos dias haverá a divulgação da programação completa, que inclui palestras e distribuição de folhetos educativos. Campanha - O movimento surgiu na Austrália, em 2003, aproveitando as atividades do Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata, 17 de novembro. No Brasil, o Novembro Azul foi criado pelo Instituto Lado a Lado pela Vida, com o objetivo de quebrar o preconceito masculino de ir ao médico e, quando necessário, fazer o exame de toque. A maioria dos cânceres de próstata cresce lentamente e não causa sintomas. Tumores em estágio mais avançado podem ocasionar dificuldade para urinar, sensação de não conseguir esvaziar completamente a bexiga e hematúria (presença de sangue na urina). O diagnóstico é feito por meio de exame físico (toque retal) e laboratorial (dosagem do PSA). Caso sejam constatados aumento da glândula ou PSA alterado, deve ser realizada uma biópsia para averiguar a presença de um tumor e se ele é maligno. Se for, o paciente precisa ser submetido a outros exames laboratoriais para se determinar seu tamanho e a presença ou não de metástases. O câncer de próstata é o tumor mais comum em homens acima de 50 anos. Os fatores de risco incluem idade avançada, histórico familiar da doença, fatores hormonais e ambientais e certos hábitos alimentares (dieta rica em gorduras e pobre em verduras, vegetais e frutas), sedentarismo e excesso de peso. Os negros constituem um grupo de maior risco para desenvolver a doença.
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