Ministros pedem suspensão das demissões de trabalhadores da Usiminas
- Guilherme Carvalho
- 4 de nov. de 2015
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Medida foi anunciada hoje à tarde durante reunião com a prefeita Marcia Rosa em Brasília Uma força tarefa foi montada no Governo Federal para tentar reverter a decisão da Usiminas de suspender a produção de aço na planta de Cubatão, que causará a demissão de mais de 9 mil trabalhadores nos próximos quatro meses. Os ministros do Trabalho e da Previdência Social, Miguel Rossetto, e o titular da Secretaria de Governo da Presidência da República, Ricardo Berzoini, afirmaram à prefeita Marcia Rosa que não pouparão esforços para garantir a manutenção do funcionamento pleno da siderúrgica e dos empregos diretos e indiretos. A garantia foi dada na tarde de hoje em duas reuniões em Brasília. No primeiro encontro, Rosseto se reuniu com a prefeita Marcia Rosa, lideranças sindicais da Baixada Santista e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp). Ele afirmou que hoje mesmo entraria em contato com o presidente da Usiminas, Rômel Erwin de Souza, para convidá-lo a esclarecer sobre a decisão repentina da empresa de paralisar a produção de aço em Cubatão. "O Governo Federal vai cobrar explicações", adiantou. O Ministério do Trabalho e Emprego também enviará amanhã à empresa um documento cobrando a suspensão da paralisação parcial da siderúrgica e das demissões pelos próximos 120 dias. "Ainda não está claro quais são as reais intenções da empresa com esta medida. Mas gostaria de reafirmar a intenção do Governo Federal de criar todas as condições para que não haja demissões". Para o ministro, a notícia divulgada na última semana é preocupante e vai de encontro às diretrizes do Governo Federal. "A presidenta Dilma e o Governo Federal como um todo não estão poupando esforços para retomar o crescimento do País. Destruir a capacidade produtiva brasileira é tudo que não queremos e é nosso dever evitar isso e garantir os postos de trabalho". Ainda na tarde de hoje a prefeita de Cubatão se reuniu com o ministro da Secretaria de Governo da Presidência da República, Ricardo Berzoini. Ele adiantou que reunirá todos os ministérios envolvidos para tratar do assunto. Ficou acertado que daqui a 10 dias um novo encontro será realizado em Brasília para acompanhar o andamento das negociações com a empresa. De acordo com os sindicalistas, a suspensão da produção do aço em Cubatão afetará não só apenas os cerca de 9.300 (4.300 diretos e 5.000 terceirizados) trabalhadores que atuam dentro da unidade cubatense. A medida afetaria também os empregados de prestadoras de serviço, como empresas de alimentos, de transporte e demais atividades que também são ligadas ao ramo industrial. A estimativa do sindicato dos Metalúrgicos é que desde a última sexta-feira cerca de 400 empregados das terceirizadas já foram demitidos. CPI - Devido às denuncias, o deputado federal Marcelo Squassoni (PRB/SP) apresentou ainda na tarde de ontem um requerimento à CPI do BNDES solicitando a convocação do presidente da Usiminas, para dar explicações sobre os empréstimos de cerca de R$ 2,3 bilhões que a empresa recebeu para modernizar e ampliar as plantas de Ipatinga (MG) e Cubatão. "Mesmo tendo recebido este montante, a empresa decide demitir milhares de funcionários. Este posicionamento está em total dissonância com o que afirmaram quando pediram o empréstimo". Membro da Comissão de Trabalho da Câmara, o deputado Vicentinho (PT/SP) também irá convocar os representantes da empresa para dar explicações. Os deputados Carlos Zarattini e José Mentor (ambos do PT/SP) também se comprometeram a mobilizarem o Congresso Nacional para defender os empregos em Cubatão. União - Para a prefeita Marcia Rosa, o empenho do Governo Federal é de grande importância para a reversão do quadro envolvendo a Usiminas. "O apoio do Governo Federal e de diversos parlamentares e lideranças políticas é fundamental nessa luta, que é de todos os cubatenses e moradores da Baixada Santista. O que está em jogo é o futuro de Cubatão e os empregos de milhares de trabalhadores. Saio de Brasília bastante otimista, e tenho certeza que com a união de forças iremos conseguir uma solução para evitar uma verdadeira calamidade em nossa Região".
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