Greve na Codesavi a partir de terça-feira
- Guilherme Carvalho
- 6 de nov. de 2015
- 3 min de leitura

Por tempo indeterminado, greve do Sintracomos começará às 6 horas. A assembleia desta quinta-feira, na foto de Vespasiano Rocha.
Os 1.250 empregados da companhia de desenvolvimento de São Vicente (Codesavi), vinculada à prefeitura, estarão em greve, por tempo indeterminado, a partir das 6 horas de terça-feira (10).
Serão paralisados os serviços de varrição de praias, passeios, ruas, avenidas, praças, limpeza de canais, galerias pluviais, recolhimento de entulhos, cata trecos, tapa buracos e reparos em próprios municipais etc.
A suspensão do plano de saúde e odontológico de todos os empregados e dependentes, além do atraso salarial de 300 comissionados em quatro meses, são três motivos da greve.
Mas a categoria protestará ainda contra o corte do tíquete-alimentação, vale-transporte, suspensão dos depósitos do fundo de garantia (fgts), de parcelas do empréstimo consignado e liberação do Pis Pasep.
A assembleia, do sindicato dos trabalhadores na construção civil, montagem e manutenção industrial (Sintracomos) que aprovou a greve, às 18h30 desta quinta-feira (5), foi no clube nissei vicentino.
Na terça-feira, a concentração dos trabalhadores será na base operacional da Codesavi, mais conhecida por ‘fábrica’, na esquina das avenidas Mascarenhas de Morais e Nações Unidas, Vila Margarida.
MTE e MPT
O presidente do sindicato, Macaé Marcos Braz de Oliveira, criticou a direção da empresa de economia mista por não mandar ofício esclarecedor sobre as pendências, para leitura na assembleia.
Na quarta-feira (4), o sindicato denunciou a empresa ao ministério público do trabalho (MPT), por apropriação indébita de descontos feitos em folha de pagamento dos trabalhadores.
A mesma denúncia já havia sido feita pelo Sintracomos, na quinta-feira da semana passada (29), à gerência regional do ministério do trabalho e emprego (MTE), em Santos.
Segundo ele, a Codesavi deve ao sindicato R$ 1 milhão, 252 mil e 214, por quatro meses de pagamento do plano de saúde. O Sintracomos pagou as mensalidades para garantir o atendimento dos trabalhadores.
“Apesar das nossas medidas, a empresa não se pronuncia para resolver o problema, demonstrando total desinteresse com a saúde do trabalhador e seus familiares”, reclama Macaé.
“O sindicato organiza a categoria para tomar as medidas cabíveis porque os problemas que vêm acontecendo na empresa têm que ter um ponto final. A tolerância já está no limite”, diz o sindicalista.
Sem atendimento
O sindicalista explicou o MTE e ao MPT que os empregados e seus familiares, algo em torno de 2.500 pessoas, estão agora sem cobertura do plano.
A companhia deve à Santa Casa, operadora do plano, R$ 450 mil. Ao plano odontológico, a Codesavi deixou de repassar R$ 142.166. À empresa Allcred deve R$ 157 mil, por empréstimos consignados.
Em mesa-redonda anterior, na quarta-feira da semana retrasada (21), o sindicato já havia apresentado o problema ao auditor fiscal e gerente do MTE, Gionei Gomes da Silva.
O representante do governo, segundo Macaé, “ficou abismado” ao saber das dívidas da Codesavi com os empregados, com o sindicato e com o governo federal.
Ele recebeu relatório do Sintracomos sobre pendências salariais, do plano de saúde e odontológico, vale-alimentação e transporte, mensalidades e imposto sindical, fundo de garantia, Pis e Pasep.
Naquela mesa-redonda, o superintendente da Codesavi, Luiz Antônio dos Santos, atribuiu a situação à troca do secretário municipal de finanças, o que levou o MTE a marcar a reunião desta quinta-feira.
Problema antigo
“O problema já é antigo”, pondera Macaé, “o que gerou inúmeras providências do sindicato, entre elas uma grande mobilização dos trabalhadores, na semana retrasada”.
Ele esperava que, na reunião de 29 de outubro, a empresa apresentasse proposta de pagamento de todas as dívidas apontadas pelo sindicato, inclusive os salários atrasados há quatro meses dos comissionados.
Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil, Montagem e Manutenção Industrial (Sintracomos Força Sindical).
Rua Júlio Conceição, 102, Santos, fones 13-3878-5050, 13-9-9144-3330, 13-7824-9389, 13-9-9161-8030 e 13-9-97005120.
Presidente: Macaé Marcos Braz de Oliveira. Secretário-geral e diretor de imprensa: Almir Marinho Costa.
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