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Estudo esportivo errado

  • Foto do escritor: Guilherme Carvalho
    Guilherme Carvalho
  • 3 de dez. de 2015
  • 3 min de leitura


Começo essa matéria com mais uma música... Gabriel O Pensador – Estudo errado, o clipe também é muito legal!!! A música, do ano de 1995, fala de problemas na formação dos nossos futuros “pensadores” como o Gabriel, e estes problemas ainda estão presentes atualmente.


O maior problema evidenciado na educação tem sido a aprovação automática, grandes questionamentos de alunos que ingressam no ensino médio com pouco desenvolvimento intelectual, por exemplo.


Mas, e no esporte, temos isso também??? Será que temos meninos e meninas que são guiados ao caminho do ouro sem nem mesmo saber noções básicas do esporte em questão???

Infelizmente a resposta é sim. Estamos perdendo a essência da categoria de base e o melhor exemplo disso é que temos que colocar regras especiais nos campeonatos que formam nossos futuros campeões. Sou mais ligado ao futsal e até as idades das categorias de 12/13 algumas regras impõem algo que não precisaria existir se os respectivos professores/técnicos realmente visualizassem a construção de um futuro atleta.


Só para se ter um exemplo, o futsal nas idades inicias é jogado em 3 tempos sendo obrigatórias substituições do primeiro para o segundo tempo, dependendo do campeonato de 3 ao time todo. Quando olho para cima no profissional o número de substituições é ilimitado promovendo um número maior de participantes por equipe durante o jogo. O técnico do profissional usa uma manobra que o professor da base tem a obrigação, pois se não fosse obrigatório não faria.


Pegando o regulamento de um campeonato na categoria sub 8, estava escrito que após o lateral, para poder fazer gol, a equipe tinha que tocar na bola 3 vezes logo ao invés do rola e bate eu tenho agora o rola, ajeita e bate. Por quê?? Mais uma vez está em evidência o produto e não o processo, ganhar a todo custo e de qualquer jeito vale muito mais em qualquer categoria de base a aprender algo.


Em São Paulo tivemos que colocar uma regra dos anos 80 na base do futsal atual em que o goleiro pode lançar a bola para a quadra ofensiva desde que ela toque na metade defensiva porque os professores estavam recrutando atletas nos treinos de basquete. Sem essa regra é só colocar o menino mais alto na área adversária e o goleiro jogar a bola na direção do gol para haver um desvio.


O placar elástico e absurdo da semifinal entre Brasil e Alemanha é muito comum em qualquer modalidade esportiva nos primeiros anos de competição. Só que o futebol profissional tem objetivo mercadológico já os da categoria de base são aqueles lindos que todos falam mas, poucos colocam em prática.


Pra não ficar muito extenso vou contar uma história que sempre rola nos bastidores esportivos. Havia uma menina que era a mais lenta do time, a de menor velocidade, a mais baixa e para dificultar o esporte era o basquete. O nome dessa menina era Paula que depois da consolidação na carreira virou Magic. Tamanho entendimento do jogo permitia a Paula fazer coisas incríveis dentro de quadra que até hoje nós Brasileiros nos lembramos da cena em que Fidel fez um gesto na brincadeira que não iria dar a medalha a ela nos jogos Pan-americanos em Cuba.


O ensino no esporte deve visar o processo, não o produto, deve ser o meio e não o fim, mas, hoje infelizmente não olhamos as crianças como um atleta em potencial e sim um menino ou menina que podem dar resultados imediatos para a equipe.




Denis Caro

Formado Em Educação Física

Pós-Graduado Em Futebol e Futsal

Iniciação Esportiva e Pedagogia Dos Esportes

Professor Do Colégio Gustavo Amaral /SP

Professor Da Escola De Educação Infantil Gente Inocente /SP

 
 
 

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