Treinamento e Seleção
- Guilherme Carvalho
- 24 de dez. de 2015
- 3 min de leitura
Vamos falar sobre negócios, ou você tem um ou trabalha para um. Para quem já participou de qualquer processo de seleção seja selecionando ou selecionado sabe como mais ou menos funciona.
O objetivo do processo de recrutamento é tentar através de alguns processos escolher a melhor pessoa dentre os candidatos, pode ser em apenas uma simples entrevista ou em 4 ou 5 fases tendo em destaque as dinâmicas de grupo.
Ah o grupo... Mais de 80% dos cargos disponíveis são para integrar uma equipe e então já entro com o primeiro questionamento. Você já teve o time dos sonhos na sua empresa ou departamento? Se a resposta foi negativa fique tranquilo, pois tenho absoluta certeza que mais da metade das pessoas que está lendo essa matéria também teve a mesma resposta que você.
Na formação de grupos esportivos não é diferente, posso afirmar que nunca trabalhei com os melhores nem vi isso acontecer nos times ao longo dos anos como espectador. Sempre tem alguém melhor para aquele time ou alguém que na caminhada ficou de fora por alguma surpresa da vida.
A imensa maioria dos grupos vencedores que observei tem indivíduos que deram o melhor para si e para o grupo, até indico um filme para apreciação: uma mente brilhante. Um filme que não tem uma bola rolando mas a principal teoria fala sobre trabalho em grupo.
Tem um velho ditado que diz que “Deus não escolhe os capacitados, capacita os escolhidos”, muito bom, mas vamos transferir esse papel para o “chefe”. Aquela pessoa que tenta extrair o melhor do grupo, motiva os desanimados, trabalha as deficiências individuais e coletivas e enaltece as qualidades.
O campeão brasileiro de Futebol da série A deste ano teve o chefe como destaque, ficou um ano afastado do mercado mesmo tendo propostas para trabalhar e foi estudar. Após sua volta começou um novo trabalho Tite selecionou? Trabalhou com os melhores jogadores? As respostas todos já sabem.
O chefe trabalhou com o material que tinha após lesões, plantel desfeito no meio do ano e ainda com jogadores que não deram certos em outros clubes. Sem falar muito, capacitou os escolhidos com treinamentos e segundo os próprios atletas a motivação e o olho no olho foram fundamentais para extrair o melhor daquele elenco.
Vou abrir um parêntese para prestar uma homenagem. Em 2005 estava cursando a pós-graduação em Futebol e futsal e na primeira aula sentei no meio da sala. Observando a turma me deparo com um campeão mundial como jogador e treinador de futsal, o cara se chama Vander Iacovino e foi um dos atletas que imortalizaram a camisa 12.
Pensei que dinheiro melhor eu poderia ter investido de logo na primeira aula ter um professor campeão mundial para me ensinar. Pois bem, Vander sentou na primeira cadeira e começou a assistir a aula como um simples aluno e assim foi até o final do curso. Aprendi muito com o exemplo e com as opiniões que os professores pediam a ele interceder quando solicitado, obrigado Vander!!!
Selecionar um grupo está longe de ser tão simples quanto vemos por aí, porém o, além disso, na minha área são pessoas colocarem como normal o processo de exclusão que é feito no esporte. A começar pelas aulas de Educação Física onde grande maioria dos professores não dão aulas para toda a classe. Mas isso é assunto para outra matéria.
Seja em quadra ou no trabalho a seleção é apenas um dos processos para formar uma equipe vencedora. Então vamos tentar apreciar os líderes que conseguem proporcionar treinamento para extrair o melhor de seus comandados, motivando cada individuo ou alertando sobre possíveis armadilhas e enaltecer o resultado depois.
Pelo menos no esporte os times que agruparam o maior número de talentos individuais pouco fizeram pelo grupo e a fogueira de vaidades ficou com a chama bem alta.

Denis Caro
Formado Em Educação Física
Pós-Graduado Em Futebol e Futsal
Iniciação Esportiva e Pedagogia Dos Esportes
Professor do Colégio Gustavo Amaral /SP
Professor da Escola De Educação Infantil Gente Inocente /SP
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