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ERA  UMA  VEZ  . . .

  • Foto do escritor: Guilherme Carvalho
    Guilherme Carvalho
  • 21 de set. de 2017
  • 4 min de leitura

nualmente, todo o mês de março, no dia 20, é comemorado o "DIA INTERNACIONAL DO CONTADOR DE HISTÓRIAS".

Anualmente, todo o mês de março, no dia 20, é comemorado o "DIA INTERNACIONAL DO CONTADOR DE HISTÓRIAS".

Era uma vez . . .

Quem nunca teve o início de um sono embalado por essa frase ? Nem sempre uma história começa assim e não importa. Importa, sim, o que ela provoca na imaginação. Por isso, é mais do que justo dar parabéns a quem, com talento, nos transporta ao mundo da fantasia.

Mas como tudo começou ?

A oralidade é mais antiga do que a escrita. O saber era transmitido por meio da fala, e daí a importância dada à memória nas sociedades tradicionais. A memória era o único recurso para armazenar e transmitir conhecimento às futuras gerações, resgatando qualidades tão necessárias ao desenvolvimento humano.

Sobre o dia em si e o motivo, surgiram na Suécia com o intuito de agregar CONTADORES de todo o mundo e partilhar histórias. Porém, vale ressalvar, que , infelizmente, não é uma profissão ainda regulamentada. Há, em nosso País, um grande movimento para que aconteça.

"Eu vivo fazendo isso, com muito orgulho, de fazer o que amo", declara João Roque da Silva, 66 anos, residente em Santos, SP, desde 1962, Litoral Paulista, que fez parte do Programa "VOVÔ SABE TUDO "

Um atendimento domiciliar, mostrando a importância das visitas, visando direcionar a crianças e adolescentes que, por algum motivo, temporário ou permanente encontravam-se impedidos de frequentar as aulas nas Unidades da Rede Municipal.

Alunos com diferentes idades e necessidades sempre foram atendidas.

Este trabalho era estendido a toda a Rede Municipal, desde o berçário até a 5º Série do Ensino Fundamental.

Uma satisfação inexplicável de ambas as partes. Durante os encontros, os sorrisos sempre disseram mais do que as palavras e o afeto auxiliou as crianças no aprendizado, mostrando assim, a importância das visitas de João Roque da Silva.

Esses encontros tão especiais ocorriam geralmente, uma vez por mês, como resultado da parceria entre o ATENDIMENTO DOMICILIAR, DA SECRETARIA DE EDUCAÇÃO ( SEDUC ), e o PROGRAMA DE TECNOLOGIA SOCIAL, VOVÔ SABE TUDO, da SECRETARIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL ( SEAS ), de Santos / SP.

Com resultados melhores, além da influência positiva no desempenho escolar, as visitas sempre estimularam o gosto pela leitura, a criatividade e, claro, a sociabilidade, a parceria, favorecendo o lúdico, oferecendo momentos de diversão e muita descontração, auxiliando nesse processo de educar em casa.

Algumas crianças, por exemplo, foram aprovadas para a série seguinte, após as visitas dos VOVÔS inseridos no PROGRAMA.

Uma interação muito importante para o desenvolvimento dos jovens.

Esta ideia, ou seja, a visita inicial do PROGRAMA VOVÔ SABE TUDO, partiu do interesse de uma Professora, Érika Cardoso Inácio, na Unidade Educacional 28 de Fevereiro, no Bairro Saboó, em Santos/SP, sendo solicitado na oportunidade, para desenvolver este trabalho, o CONTADOR DE HISTÓRIAS, João Roque da Silva.

Vale lembrar, ainda, que o Vovô Roque sempre retribuiu o carinho e disse ter rejuvenescido desde que iniciou o trabalho com os jovens e adolescentes atendidos em casa e nas unidades educacionais.

"No fim, eu ganho mais do que deixo. É incrível como a experiência engrandece-me. Tenho muita gratidão por poder devolver tudo isso"

Ainda, recentemente, no último dia 22 de agosto/2017, o CONTADOR DE HISTÓRIAS, João Roque da Silva, esteve na ESCOLA LUPE PICASSO, também em Santos/SP, particular, de Ensino Infantil, Fundamental e Básico, participando das comemorações do "DIA DO FOLCLORE", realizando uma Palestra sobre o PROJETO DE GERAÇÃO PARA GERAÇÃO, contribuindo assim, com a cultura popular, sob o tema "FOLCLORE, A BRINCADEIRA DE CORDEL".

Com este belo exemplo, infelizmente não há o devido reconhecimento da sociedade.

Muitas pessoas não sabem ou não imaginam que é preciso estudar, ler, conhecer, saber para ter um trabalho de qualidade.

Não é só abrir um livrinho e contar. Algumas são histórias de vida, outras, tradicionais, que não estão registradas em papel, necessitando pesquisa e investigação.

É preciso um trabalho de educação de público e também de alguns PROGRAMADORES CULTURAIS.

Não há uma formação ideal para o CONTADOR DE HISTÓRIAS. A experiência que passa de pessoa a pessoa é a fonte a que recorreram muitos narradores. Alguns são narradores natos e recorrem às características individuais muito facilmente; outros precisam ser despertados para essas habilidades que possuem, e por isso buscam cursos de capacitação, que trabalham o conhecimento e o desenvolvimento das próprias capacidades expressivas.

A relação com o CONTADOR DE HISTÓRIAS é muito próxima. Não existe uma quarta parede como no teatro. A criança e o público vivenciam um momento único e o narrador, também.

Contar histórias, também, cabe aos pais, é uma prática bem importante, e pode ser cada vez mais vivida entre pais, mães, avós, filhos, netos. Não precisa um método específico. Cada família encontra um jeito. Uns leem histórias na cama, alguns, em roda com a família. E outros a inventam.

Também as escolas devem se envolver no processo, e elas, têm aberto espaço aos CONTADORES. Professores vem usando como prática pedagógica.

Com as escolas, aprendemos a ouvir, criar o interesse pelo que o outro fala; a respeitar, e a resolver problemas.

Estimula-se a imaginação, a criação, o questionamento, o aprendizado sobre o mundo com as histórias.

Criar o laço e hábito da leitura e da escuta é importante.

Finalizando, na Capital Federal já existem integrantes dos Grupos LÍNGUAS ENCANTADAS, ENCANTANTES E AMIGOS DAS HISTÓRIAS, que preparam documentos para a regulamentação da profissão, como a CARTA DOS CONTOS, e a discussão de políticas públicas.

Para que os contos não morram, faz-se necessário manter quem os transmite.

Qualquer um pode ser CONTADOR DE HISTÓRIAS, mas é preciso que encontre sua própria identidade como CONTADOR.

Para quem pretende buscar formação específica, já existem Cursos, Oficinas e até uma Pós-Graduação em ARTE NARRATIVA.

Paulo Gustavo L. Cavalcanti

Jornalista / Mtb 11.055/RJ

 
 
 

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